terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ENTREVISTA DE ZECA MARTINS CONCEDIDA À SET BLUE SOBRE A OFICINA DE REDAÇÃO CRITIVA QUE SERÁ REALIZADA DIA 11-02-11


1- O que o público paraibano pode esperar de sua Oficina de Redação Publicitária?
A Oficina procura mostrar aos futuros criativos – não só redatores, mas também diretores de arte – o quanto o domínio de técnicas para construção do texto persuasivo é indispensável no dia a dia profissional. Não apenas para criar peças mais eficientes, mas também para ajudar os profissionais de toda a agência a desenvolverem argumentos mais coerentes de “venda” das ideias aos anunciantes. De certa forma, a Oficina também auxilia em melhorar os índices de aprovação das campanhas, porque os profissionais levam argumentos mais técnicos ao cliente, na hora de apresentar a campanha e rebater as eventuais opiniões nascidas do “achômetro do freguês”.


2- Em linhas gerais, qual o perfil de quem deve encarar a carreira como redator(a) publicitário(a)?
O publicitário de sucesso, não importa de qual especialidade (criação, mídia, atendimento etc.), é, antes de mais nada, um generalista muito bem informado sobre tudo. Deve ser bom leitor, bom observador e ter um espírito crítico aguçado, porque nunca se sabe qual tipo de demanda vai cair sobre sua mesa de trabalho. Pode ser um anúncio de maternidade. Pode ser um anúncio de cemitério. Seja qual for o job, ele tem que estar cultural e tecnicamente bem preparado para que possa fazer um bom trabalho.



3- O que vale mais a pena na carreira de um publicitário: Investir na graduação multidisciplinar de 4 anos, optar pelo dinamismo prático de um curso técnico com 2 anos de duração, ou encarar o autodidatismo e traduzir a vida em peças publicitárias?
O autodidatismo ensina tanto quanto a faculdade; a diferença é que leva bem mais tempo. Fazer um curso, seja de dois ou quatro anos, tem a indiscutível virtude de também acelerar a criação de uma rede de relacionamentos profissionais. Seu colega da carteira ao lado, da turma ao lado, poderá ser, amanhã, seu cliente ou seu fornecedor. A escola facilita demais as coisas, ajuda muito. Desde, é claro, que o aluno seja interessado e aplicado, sem ser CDF; que não seja aquele do tipo exclusivamente festeiro, cujo interesse na faculdade são apenas os encontros nos botecos (esse tipo de aluno já nasce fora do jogo; não vai longe na profissão).


4- Sempre há publicitários à espera de uma grande sacada que os torne imortais. A Grande Sacada é questão de técnica, talento ou disponibilidade para entender a necessidade do cliente?
A Grande Sacada, como você diz, é uma questão trabalho duro somado a sorte, sobretudo. Todo bom publicitário tem grandes ideias guardadas (ou, como gosto de dizer, “veiculadas na mídia gaveta”). Poucos, porém, estão na agência certa, na hora certa e atendendo o cliente certo. Óbvio que se o cara não for um craque na profissão, não vai adiantar nada essa conjugação de fatores favoráveis. Mas, basicamente, a equação é 97% de transpiração + 1% de inspiração + 2% de sorte.

5- Se tivesse a chance de recomeçar a carreira do zero, o que faria de diferente?
Teria estudado muito mais, dentro e fora da escola. A profissão exige isso. Hoje, por exemplo, quem não dominar LINGUAGENS – não softwares – terá muita dificuldade em criar bons anúncios, porque as mídias interagem cada vez mais e os hábitos dos consumidores se refinam também cada vez mais, no sentido de novas exigências e novos interesses. Saber como se comunicar bem com todo mundo e em todas as mídias, cada vez mais interligadas, é o pulo do gato.


6- Na era da informação em 140 caracteres e clientes infiéis a marcas o que mudou no discurso publicitário? E o que ainda vai mudar?
O ser humano é que não vai mudar, tenho certeza. Isto é, suas aspirações interiores, suas necessidades emocionais permanecerão sempre as mesmas, porque somos seres psicológicos, não tecnológicos. Queremos coisas que nos façam bem à alma, como sensação de realização pessoal, de aceitação no grupo social etc.
As tecnologias vêm e vão. Facebook, Twitter e demais coisas do gênero podem durar ou desaparecer a qualquer instante. Quem pode imaginar o que virá amanhã? O publicitário tem de estar preparado para empregar bem qualquer nova tecnologia de comunicação que se lhe apresente, mas, sobretudo, tem de ser um excelente conhecedor da natureza humana.

7- Top 10 de livros técnicos essenciais a quem quer ser o número 1.
No meu site www.zecamartins.com.br listei uma série de livros que considero muito importantes para os estudantes e profissionais da comunicação. Entre eles, destaco:
Adam Óbvio – Robert Updegraff – Esgotado no Brasil.
As opiniões e as crenças – Gustave Le Bon – Esgotado no Brasil.
Confissões de um publicitário – David Ogilvy – Editora Bertrand Brasil
Criatividade em propaganda – Roberto Menna Barreto – Editora Summus
Direção de arte em propaganda – Newton Cesar – Editora Senac
Manual de redação e estilo – Eduardo Martins – Editora O Estado de São Paulo
O copy criativo – Roberto Menna Barreto – Editora Qualitymark
Os livros esgotados no Brasil, forneço gratuitamente em PDF. É só entrar no meu site e pedir.


ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO – SET BLUE Produções e Marketing